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quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Marley & eu" Sobre homens e cães.


Aviso, antes de ler este livro é bom que você tenha espaço em casa, porque certamente você vai terminar querendo ter um cachorro.
O livro traz a história de John Grogan e seu cachorro, apelidado de "o pior cão do mundo". A narrativa passa por todos os momentos de Grogan, desde a infância ao lado do seu cão fiel e comportado "São Shaun". Depois, quando ele conhece sua esposa Jenny, suas profissões, a escolha deles em adotar Marley, passando em seguida pelos filhos, as mudanças de casa e a vida em novas cidades e a atual situação do casal.
Todos os momentos narrados são descritos com a participação de Marley. O livro te convida a um passeio pela vida do autor, mas acompanhando as travessuras do cachorro, as coisas que ele destruiu, o dia a dia de uma família e seu labrador hiperativo.
É um livro com roteiro bem simples. Porém, o que faz deste um livro muito bom é a descrição que Grogan faz das expressões de Marley. Estas descrições são exatamente aquilo que nós imaginamos que os animais estão pensando quando tentamos interpretar determinadas expressões dos bichos. Isso faz com que o livro permita que você imagine a cena descrita e "visualize" o que aconteceu.
É uma linda relação entre o homem e seu cão. Boa parte dos meninos que conheço da minha geração tiveram uma relação parecida, aquele cão que era amigo inseparável. Não consigo ver esta relação nos dias de hoje com tanta intensidade, principalmente nas crianças da cidade.
Para encerrar, o livro apresenta um leitura bem agradável, fluida. Ótima para alguém que vai começar a tomar gosto pela leitura e, porque não, uma amizade peluda.
Existem milhões de Marley querendo alguém e escrever uma linda história juntos. Se deixe adotar!


Título: "Marley & eu: a vida e o amor ao lado do pior cão do mundo".
Autor: John Grogan.
Editora: Prestígio Editorial
Ano: 2006.

sábado, 13 de julho de 2013

"Curtindo a vida adoidado" Um clássico para o Dia Mundial do Rock!!!


Para o Dia Mundial do Rock, a dica de filme não poderia ser outra (talvez pudesse sim). O filme indicado é um clássico, ou pelo menos um clássico da "Sessão da tarde".
"Curtindo a vida adoidado" tem um enredo simples: são três jovens estudantes querendo fazer aquilo que o título sugere, no percurso, entram em várias confusões.
Duvido muito que ainda exista alguém que não tenha visto esse filme. Ainda assim, é um filme que vale ser revisto porque tem uma das cenas de dança mais clássicas da história dos filmes, ao som de "Twist and shout", dos Beatles. Impossível não se animar!

Título original: "Ferris Bueller's Day Off".
Direção: John Huges.
Ano: 1986.
Gênero: Comédia.

domingo, 7 de julho de 2013

"Pra ser sincero, 123 variações sobre um mesmo tema". Um ótimo livro, sobre uma ótima banda.





Este é um ótimo livro! Publicado em 2010 e escrito pelo líder da banda Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, o livro narra a história da banda ao longo de todos esses anos.
Na verdade, a narrativa começa falando do próprio Gessinger, desde a infância, passando pela relação da família com a música, deles (familiares) com os instrumentos, do surgimento da banda, as diferentes formações, albúns, até chegar ao "Pouca Vogal". 
Você vai perceber, ao longo da narrativa, que é difícil dizer do que trata o livro. Da história da banda Engenheiros do Hawaii ou do próprio Gessinger? Na verdade é impossível desvincular uma coisa da outra, e talvez resida aí um dos baratos do livro. Você se sente um pouco mais  íntimo do escritor/músico.
A narrativa é apresentada cronologicamente, de forma linear (não, a narrativa histórica não necessariamente precisa ser linear), cada capítulo um álbum.
Mais uns pontos positivos do livro, além da proximidade com o autor, é que ele trás imagens de diferentes períodos da banda, de alguns lugares por onde passaram, capa dos discos.
 O livro tem mais! Gessinger responde àquela pergunta chata, que nenhum artista parece gostar de responder, sobre o nome da banda, tanto o nome "Engenheiros do Hawaii" quanto "Pouca Vogal". Ao final, o livro apresenta letras de algumas músicas e comentários sobre estas letras.
Como se tudo isso não bastasse para fazer deste um livro que vale a pena ser lido, o ponto alto, na minha opinião, é a forma como é narrado. Quem é fã da banda, ou pelo menos ouviu Engenheiros o suficiente para estar familiarizado com o jeito Gessinger de compor/escrever vai, além de ler, ter aquela sensação de poder ouvi-lo falando cada palavra. O modo como ele escreve o livro parece seguir a mesma fórmula. É o "estilo Gessinger" de escrever, perfeitamente identificável.

Deixo com vocês um trechinho do livro:

"Falta de educação desmistificar coisas tão legais? É só minha opinião, e ela não quer hegemonia. Então, viva os festivais! Você não pode perder! Todo mundo vai estar lá! Quem não for é mané! Quem não for é diferente, e todos temos que ser diferentes da mesma forma, na mesma hora, pois somos a juventude, um exército movido a um refrigerante preto que é completamente diferente de outro refrigerante preto que tem o mesmo sabor ." (p.111)



Título: "Pra se sincero, 123 variações sobre um mesmo tema."
Autor: Humberto Gessinger.
Editora: Belas Letras Ltda.
Ano: 2010.

sábado, 6 de julho de 2013

O Morro dos Ventos Uivantes



"...seria degradante para mim casar agora com Heathcliff; por isso ele nunca saberá como eu o amo; e não por ele ser bonito, Nelly, mas por ser mais parecido comigo do que eu própria. Seja qual for a matéria de que as nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais, e a do Linton é tão diferente delas como o raio de lua de um relâmpago, ou geada do fogo.”
Para quem tem o primeiro contato com esta brilhante obra, o trecho acima pode parecer o prenúncio de uma linda história de amor, mas não se deixe enganar, assim como na vida real, e isso que torna este livro tão especial, nossos sentimentos não são reflexo direto de nossas ações, mas sim guardamos uma miríade de conflitos, desordens e incertezas. E é exatamente isso que faz desta obra tão singular e maravilhosa, a humanidade dos personagens, a falta dos óbvios antagonismos. Não tem um mocinho, nem mocinha, nem coitadinho nenhum pra torcer, mas sim temos tramas complexas e sentimentos fortes, uma paixão tão forte, tão intensa que resiste até mesmo a morte! Isso mesmo. Curioso? Vamos as explicações necessárias:

O livro foi lançado em 1847, por Emily Brontë e é seu único romance. Emily, que escrevia sob o pseudônimo de Ellis Bell, era poetisa, e era tida pelas irmãs como uma pessoa tímida e reclusa. Cresceu em um vilarejo rural, Yorkshire, ao lado das irmãs Charlotte e Emily e o do irmão Branwell. Charlotte é a escritora de Jane Eyre.
É verdade que me considero uma pessoa equilibrada e sensata, não por viver entre as montanhas e ver sempre as mesmas caras e os mesmos acontecimentos ano após ano: mas porque uma disciplina rigorosa ensinou-me a sabedoria; e li mais que o senhor pode imaginar, sr. Lockwood. Seria impossível encontrar nesta biblioteca um livro que eu não tenha folheado e do qual não tenha aprendido alguma coisa útil; a não ser na estante de livros gregos e latinos, e na dos franceses... mas estes eu sei diferenciar uns dos outros: é o máximo que o senhor pode esperar da filha de um homem pobre.  - O Morro dos Ventos Uivantes.
Emily morreu em 1848, vítima de tuberculose, aos 30 anos. Sua obra é considerada um dos maiores clássicos da literatura mundial.

O livro é narrado por Ellen Dean, que era empregada da casa de Catherine e acompanhou a saga do nosso casal desde a juventude até o final do livro, que começa no começo! Como assim? Ah, claro, eu explico: O livro começa quando o Sr. Lockwood vai até o Morro dos Ventos Uivantes para encontrar Heathcliff adulto, que é dono da Granja Cruz do Tordo, que Lockwood vai alugar e é de onde a história será narrada pela empregada da família de Catherine, Elle Dean enquanto o inquilino adoentado vai ficando a cada momento mais interessado nestes dois protagonistas singulares (e nós também). 
O relato começa quando os dois são apenas crianças e o pai de Catherine chega de uma das suas viagens trazendo consigo um menino que ele "achou" na rua. Se trata de Heathcliff, e todos na casa se referem a ele como um cigano, embora isso nunca seja esclarecido de fato. Porém ele e Catherine estabelecem logo traços de irmandade e carinho, ao contrário do que ocorre com o irmão dela, Hindley Earnshaw, que odeia Heathcliff desde o começo. O Sr. Earnshaw porém ama o menino, e o trata como um preferido, o que provoca sempre ciumes e atos desmedidos de maldade por parte de Hindley , e com a morte do velho, este assume o papel de chefe do lar, delegando ao pequeno Heathcliff uma vida de trabalho árduo no estábulo, onde ele passa a morar, e dali pra frente será tratado como um empregado. A relação dele com Catherine continua intensa, com os dois se tornando adultos as coisas vão se complicando... Quando Catherine conhece Edgar Linton, que é de uma família abastada dona da Granja Cruz do Tordo, começa a ter por ele sentimentos, o que enfurece Heathcliff, que ao confrontar Catherine ouve que o mesmo está embrutecido e é entediante, Catherine acaba se casando com Linton por questões sociais e financeiras. Pois como eu disse, é um livro em que os personagens tem defeitos e falhas de caráter como todos nós, quem aqui não conhece alguém que se casou por dinheiro ou status social? Pra ver que mesmo mais de um século depois, algumas coisas permanecem iguais na sociedade ¬¬. Nosso abandonado Heathcliff que passa a despertar nossos mais sinceros sentimentos de pena some no mundo, e retorna anos depois rico e ainda mais melancólico e taciturno do que nunca. Catherine já está casada com Linton e morando na Granja, e ao reencontrar Heathcliff eles protagonizam inúmeras cenas de amor e ódio, explosões de afeto seguidas de incompreensíveis agulhadas e ressentimentos ecoam em todas as falas. Catherine dá a luz a filha de Edgar, após um tempo morre. E com ela, morre o resto de humanidade do nosso diabólico protagonista. 
Heathcliff então se casa com a irmã de Edgar Linton, Isabella, por vingança, e a maltrata física e psicológicamente, ela foge grávida e tem um filho chamado Linton, que mais tarde terá sua parcela neste complicado enredo. Hindley perde o Morro para Heathcliff no jogo. 

Agora Heathcliff é dono do Morro e senhorio do homem que o maltratou durante toda sua infância, e vai usar todas as armas possíveis para se vingar de Edgar, sua filha, Hindley e seu filho Hareton (que seria herdeiro do Morro se seu pai não tivesse perdido para Heathcliff, que vai lhe dar o mesmo tratamento que recebeu quando criança, tornando-o um bruto ignorante). 

Então Heathcliff é um malvado, desalmado, maldito, traidor, usurpador, etc, etc? Não! Há momentos que a gente ama ele, nos identificamos com sua dor, queremos compartilhar com ele o gostinho da vingança, pois ele está ali, destruindo algumas as pessoas que fizeram mal pra ele, que merecem de certa forma o que estão recebendo. Mas o ódio dele tem proporções enormes, em um maquiavélico jogo que envolve crianças inocentes, tudo por um amor doentio, uma paixão descontrolada, desmedida. 

- Pois que desperte em tormento! – brandou ele com assustadora veemência, batendo o pé e soltando um grito, num súbito paroxismo de cólera incontrolada. – Por que ela mentiu até o fim? Onde está ela? Não está aqui, nem no céu, nem morta! Onde está então? Oh! Disseste que não te importavas que eu sofresse! Pois o que eu te digo agora, vou repetir até que a minha língua paralise: Catherine Earnshaw, enquanto eu viver não descansarás em paz! Disseste que te matei. Pois então assombra-me a existência! Os assassinados costumam assombrar a vida dos seus assassinos, e eu tenho certeza de que os espíritos andam pela terra. Toma a forma que quiseres, mas vem para junto de mim e me enlouquece! Não me deixes só, neste abismo onde não te encontro! Oh! Meu Deus! É indescritível a dor que sinto! Como posso eu viver sem a minha vida?! Como posso eu viver sem a minha alma?!”

A maravilha deste livro está ai, na narrativa maravilhosa, no desenrolar inesperado, no fato de estarmos perdidos durante a leitura, sem aquele "mocismo" para nos salvar da loucura humana que ali está. Loucura sim, e não somos todos um pouco loucos? Este é o legal, ver ali o ciumes, o egoismo, a fraqueza, o amor, a paixão, a maldade, a bondade, tudo isso que todos temos um pouco dentro de nós tão fielmente retratado, sem máscaras e sem limites. Por isso amo Heathcliff, ele é o vilão mais completo que conheço. 

"Mesmo que ele a amasse com todas as forças do seu mesquinho corpo, nem em oitenta anos a amaria tanto quanto eu a amo em um dia. E Catherine tem o coração tão profundo quanto o meu; seria mais fácil o mar caber todo nessa vasilha do que todo amor dela ser monopolizado por ele." Heathcliff.

Agora o filme:

Eu vi o filme de 1992, com Juliette Binoche e Ralph Fiennes (perfeitoooo neste papel), dirigido por Peter Kosminsky. Existem mais adaptações, de 1920, 1939, 1970, uma minissérie de 1978, 1998 e 2011. 
Desconheço as outras versões, mas o filme de 1992 é muito bom e fiel ao livro.

Bem, é isso aí, espero que gostem do meu pequeno resumo. Tenham certeza não vão se arrepender de ler este livro maravilhoso.
Abraço e até nosso próximo café. 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

"Os Mercenários", ação como nos velhos tempos.


Pra quem esperava uma descrição sobre um filme épico, para que na sequência fosse feita uma crítica amparada em conhecimentos históricos, começo pedindo desculpas, assim deve ser para muitos outros filmes.
O primeiro post sobre filmes dedicarei a este filme de ação que não tem outro intuito a não ser "ação". 
O filme apresenta um roteiro meio clichê, nada inovador. Os Mercenários são os "mocinhos maus" que topam qualquer serviço em troca de grana alta, mas provam que ainda têm alguns valores quando resolvem ajudar a "mocinha" (Giselle Itié, sim, ela mesma! Aquela da novela.). A partir daí, a trama se desenvolve com Os Mercenários lutando contra o ditador da Ilha de Villena, contratados pelo misterioso "Mr. Church" (Bruce Willis). Esta cena, aliás, a melhor do filme, é protagonizada por Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis e apresenta pitadas de ironia em frases como "Ele quer ser presidente".
As cenas são bem empolgantes e para quem é fã dos filmes de ação, o elenco é simplesmente demais (na verdade, o elenco é o grande destaque do filme) e a ação rola desde a primeira cena.


Confira o trailer!

Título original: "The Expendables".
Direção: Sylvester Stallone.
Ano: 2010.
Gênero: Ação.