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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Zuzu Angel - Sobre moda e ditadura.



Zuzu Angel é um filme delicado, complicado de avaliar sobre alguns aspectos. Como atriz que interpreta Zuzu temos Patrícia Pillar.
Temos o desaparecimento de um garoto classe média, filho da proeminente estilista Zuleika Angel Jones, personagem central do filme, chamado Stuart Edgar Angel Jones, que é morto pela ditadura militar, mais precisamente o Centro de Informações da Aeronáutica.
A trama se passa em torno da procura de Zuzu pelo corpo do filho, pela verdade que os militares teimam em esconder, sabemos todos que inúmeros presos políticos da época da ditadura desapareceram para sempre e nunca se soube quem foram os responsáveis pelas mortes, quando ou onde as mesmas ocorreram.
Zuzu que era uma estilista famosa, passa a usar sua moda como objeto de protesto, criando uma coleção inteira expressando o engajamento dela em busca da verdade sobre seu filho. Ela que era conhecida por uma moda tipicamente brasileira, recheada de tropicalismos, cores e frutas, passa a conceber uma coleção onde se vê o contraste do branco com vermelho e símbolos de opressão, como pássaros engaiolados, grades e um anjo, símbolo característico de sua moda, agora amordaçado.


O filme mostra de forma um tanto quanto suave a tortura e opressão sofrida pelos presos políticos no período da ditadura, focando mais na dor da mãe do que de fato no filho e seu cárcere. É um bom filme, por ser uma história real e nos passa desconhecida, nosso infeliz recente genocídio brasileiro.
Nota: Zuzu era conhecida de Chico Buarque, que escreveu uma música chamada Angélica sobre ela.


O que de real aconteceu a Stuart não se sabe, o que se conhece como mais confiável é o relato de Alex Polari, ex-guerrilheiro que acompanhou de sua cela a torturas que Stuart foi submetido assim como ele, em busca de informações sobre Lamarca, líder dos subversivos ao regime. Ambos, Stuart e Alex foram mortos pelo regime militar em 1971.
Detalhe também para Elke Maravilha, que era modelo e amiga de Zuzu e foi presa ao rasgar um folheto onde o rosto de Stuart aparecia como procurado em um aeroporto. A real Elke aparece cantando no filme ao lado da personagem representada por Luana Piovani.


Gênero: Drama
Direção: Sérgio Rezende
Roteiro: Marcos Bernstein, Sérgio Rezende
Elenco: Antônio Pitanga, Daniel de Oliveira, Elke Maravilha, Leandra Leal, Luana Piovani, Nelson Dantas, Patrícia Pillar, Paulo Betti
Produção: Joaquim Vaz de Carvalho
Fotografia: Pedro Farkas
Trilha Sonora: Cristóvão Bastos

domingo, 27 de outubro de 2013

"A conquista da honra"

Imagem extraída de filmesdeguerra.wordpress.com
 A trama se desenvolve a partir dos relatos dos ex-combatentes. O contexto é a Segunda Guerra Mundial. Estados Unidos e Japão estão em confronto. Os norte-americanos tentam tomar a ilha japonesa de Iwo Jima, ponto estratégico para um posterior avanço sobre o Japão. Depois de muitos mortos e feridos, os norte-americanos conseguem chegar ao topo do monte Suribachi, e lá hasteiam a bandeira dos Estados Unidos da América. Posteriormente, troca-se a bandeira e o momento da troca é registrado em uma fotografia; momento simples, sem nenhuma conotação de heroísmo. A fotografia corre os EUA como um símbolo da vitória norte-americana, fazendo renascer as esperanças populares, deixando entrever o fim da guerra.
Além de ser um ato destituído de heroísmo, muitos dos combatentes registrados na imagem estão mortos. O governo norte-americano buscará se beneficiar do momento de euforia despertado pela imagem tentando arrecadar dinheiro para continuar a ofensiva.
Três jovens, tomados os responsáveis pelo hasteamento saem das linhas de combate para alavancar as arrecadações. Tidos como heróis, eles sabem que, além da banalidade do ato de troca da bandeira, nenhum deles está presente na foto.
Uma questão se impõe: acabar com a farsa em honra à memória dos combatentes mortos e que, de fato, estavam na foto, ou continuar com ela e salvar a vida de outros camaradas que continuam no fronte?
Um dos pontos positivos do filme é justamente questionar a figura do herói. Tidos como postadores de todas as qualidades desejáveis (coragem, bravura, etc.), de fato existem? Outra questão interessante é sobre o poder das imagens. Como elas podem nos persuadir através dos múltiplos significados atribuídos a elas.

"A Conquista da honra" é um filme de guerra com algo mais. É uma boa pedida pra quem gosta do gênero.

Imagem extraída de outracoisa.com.br




Título original: "Flags of our fathers"
Direção: Clint Eastwood
Ano: 2006
Gênero: guerra

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Valsa para Bruno Stein.

Imagem extraída de msantuario.blogspot.com.br
Bruno Stein é um velho homem que lutou na 2ª Guerra Mundial e hoje vive no Brasil. Conhecido por ser um homem rude, as coisas começam a mudar após a chegada de Gabriel, novo empregado de sua fábrica de tijolos artesanais.
Em sua casa estão sua esposa, seu filho caminhoneiro e suas netas.
Stein se dedica a fazer estátuas de barro e sobre elas deposita as angústias de um homem que vê-se próximo ao fim da vida.
Em sua mente, um conflito moral se desenha após ter visto sua nora (Valéria) nua. Desejo e culpa o corroem.
Bruno Stein personifica um  patriarca autoritário, de uma pequena família rural. Seu lado "durão" contrasta com a sensibilidade dos conflitos que se desenham em sua mente.
Baseado no livro de mesmo nome, o filme tem um roteiro simples e te convida a entrar na sensibilidade de um homem que é, ao mesmo tempo, autoritário e sensível.
Particularmente, não achei nenhuma das atuações incríveis, ainda que Bruno Stein seja vivido por Walmor Chagas e que a personagem Valéria tenha rendido à Ingra Liberato o Kikito de Melhor Atriz.

Este filme é um ótimo teste à nossa sensibilidade.


Direção: Paulo Nascimento.
Ano: 2007.
Gênero: Drama.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Livros novos!

Livros novos!
Fui presenteado com dois livros que há muito eu queria. Presente de aniversário atrasado, foi uma grata surpresa preparada pela Stefânia!
São eles: "O diário de Anne Frank", um clássico da literatura mundial mas que eu ainda não li, e " Inferno", de Dan Brown, autor que gosto bastante.
Em breve teremos posts sobre eles.
Cheirinho de livro novo...
Bom café!